PRÉMIOS / SELINHOS

sábado, 25 de outubro de 2008

ENCERRADO TEMPORARIAMENTE

Agradecendo a toda(o)s a(o)s amiga(o)s que fazem o favor de lerem os meus trabalhos informo que só estou a publicar em

tentativas poemáticas

domingo, 5 de outubro de 2008

SE A MINHA MUSA CORRER PERIGO...

Que o Sol acabe por se apagar
assim como o lindo luar;
fiquem tão nervosas as estrelas
que o Céu termine por perdê-las;

em chuva intensa e brusca cairão
neste globo oco de podridão.
Queimem todas as flores da Terra
pisadas que já estão de tanta guerra.

Os poetas já descontentes vão partindo
a barba por fazer e de luto vestindo.
Adeus radioso Sol, adeus doce luar
que caiam todas as estrelas e suba o mar;

Que os protões e electrões se desentendam
enquanto os Deuses, rindo muito, merendam
as palavras bonitas que te disse e ainda digo.

Acabem de uma só vez com tudo,
cegue o mundo, ensurdeça, fique mudo
se a minha Musa correr algum perigo.

O Oleiro do Arripiado (Chamusca)

Sou visitante assíduo de uma extraordinária bloguista brasileira chamada Renata Maria Parreira Cordeiro (blogue: Galeria da Renata Maria Parreira Cordeiro) . Nesse blogue, ela que é uma pessoa maravilhosa, altruísta, que gosta de dar visibilidade aos outros, tem vindo a publicar obras do talentoso artista plástico, também brasileiro: DUDU SANTOS (blogue: dudu santos).
Verifiquei que no seu último comentário à Renata o Dudu disse: "Este quadro de Mario Zanini era meu, vendi um tempo atrás...me deu saudades dele..."

Ocorreu-me a ideia que já tinha acerca do sentimento de perda por parte dos artistas relativamente às suas obras. Em 29 de Agosto de 2002 elaborei um poema que, embora se referisse ao Oleiro do Arripiado era muito mais abrangente. Em Setembro último ofereci-o a uma mulher e artista que admiro muito, bastante conhecida da "blogosfera artesanal": HELENA SANTOS (blogue: Coisas de Mulher). Mas ela sabe-o, este poema não é pertença de ninguém.
Pertence a todos os "dudus" quando dizem: "...me deu saudades dele..."


O OLEIRO DO ARRIPIADO

Pois é! O Oleiro é um eterno menino
Que molda com amor nas suas mãos barrentas
As peças criadas do fundo do seu tino
Vendidas sem valor em feiras poeirentas

Gostaria poder não se desfazer delas
Mas enfim a necessidade a isso obriga
E vê parti-las entregues às clientelas
Continuando vazia a sua barriga

Vazio apertado fica o seu coração
Ele que rima d' outro modo: mas é poeta!
Vendo partir pedaços da imaginação
Sorrindo para o comprador uma dor discreta

Escritores/poetas as obras editam
Quando entendem os seus trabalhos visitam
A vida/obra do Oleiro tem outro destino

Sofre mais do que o poeta ou escritor
Ninguém nem nada consola a sua imensa dor
Mesmo velhinho o Oleiro é um eterno menino!...