Sou visitante assíduo de uma extraordinária bloguista brasileira chamada Renata Maria Parreira Cordeiro (blogue: Galeria da Renata Maria Parreira Cordeiro) . Nesse blogue, ela que é uma pessoa maravilhosa, altruísta, que gosta de dar visibilidade aos outros, tem vindo a publicar obras do talentoso artista plástico, também brasileiro: DUDU SANTOS (blogue: dudu santos).
Verifiquei que no seu último comentário à Renata o Dudu disse: "Este quadro de Mario Zanini era meu, vendi um tempo atrás...me deu saudades dele..."
Ocorreu-me a ideia que já tinha acerca do sentimento de perda por parte dos artistas relativamente às suas obras. Em 29 de Agosto de 2002 elaborei um poema que, embora se referisse ao Oleiro do Arripiado era muito mais abrangente. Em Setembro último ofereci-o a uma mulher e artista que admiro muito, bastante conhecida da "blogosfera artesanal": HELENA SANTOS (blogue: Coisas de Mulher). Mas ela sabe-o, este poema não é pertença de ninguém.
Pertence a todos os "dudus" quando dizem: "...me deu saudades dele..."
O OLEIRO DO ARRIPIADO
Pois é! O Oleiro é um eterno menino
Que molda com amor nas suas mãos barrentas
As peças criadas do fundo do seu tino
Vendidas sem valor em feiras poeirentas
Gostaria poder não se desfazer delas
Mas enfim a necessidade a isso obriga
E vê parti-las entregues às clientelas
Continuando vazia a sua barriga
Vazio apertado fica o seu coração
Ele que rima d' outro modo: mas é poeta!
Vendo partir pedaços da imaginação
Sorrindo para o comprador uma dor discreta
Escritores/poetas as obras editam
Quando entendem os seus trabalhos visitam
A vida/obra do Oleiro tem outro destino
Sofre mais do que o poeta ou escritor
Ninguém nem nada consola a sua imensa dor
Mesmo velhinho o Oleiro é um eterno menino!...
Verifiquei que no seu último comentário à Renata o Dudu disse: "Este quadro de Mario Zanini era meu, vendi um tempo atrás...me deu saudades dele..."
Ocorreu-me a ideia que já tinha acerca do sentimento de perda por parte dos artistas relativamente às suas obras. Em 29 de Agosto de 2002 elaborei um poema que, embora se referisse ao Oleiro do Arripiado era muito mais abrangente. Em Setembro último ofereci-o a uma mulher e artista que admiro muito, bastante conhecida da "blogosfera artesanal": HELENA SANTOS (blogue: Coisas de Mulher). Mas ela sabe-o, este poema não é pertença de ninguém.
Pertence a todos os "dudus" quando dizem: "...me deu saudades dele..."
O OLEIRO DO ARRIPIADO
Pois é! O Oleiro é um eterno menino
Que molda com amor nas suas mãos barrentas
As peças criadas do fundo do seu tino
Vendidas sem valor em feiras poeirentas
Gostaria poder não se desfazer delas
Mas enfim a necessidade a isso obriga
E vê parti-las entregues às clientelas
Continuando vazia a sua barriga
Vazio apertado fica o seu coração
Ele que rima d' outro modo: mas é poeta!
Vendo partir pedaços da imaginação
Sorrindo para o comprador uma dor discreta
Escritores/poetas as obras editam
Quando entendem os seus trabalhos visitam
A vida/obra do Oleiro tem outro destino
Sofre mais do que o poeta ou escritor
Ninguém nem nada consola a sua imensa dor
Mesmo velhinho o Oleiro é um eterno menino!...
11 comentários:
Olá António,
Neste consegui ser a primeira a comentar. É quase uma vitória atendendo ao volume de comentários que todos os seus posts têm (e entende-se facilmente porquê).
Gosto da forma simples e aberta como explica tudo.
Beijinho, para um grande Peixes:)
Carmen
Olá Carmen
Adorei encontrar aqui o seu comentário. Já passei pelo seu blogue. Já consegui entrar. Que bom!
Beijinho com ternura.
António
António
Suponho que das mãos do oleiro saia, com o mesmo amor, um boneco, que outra coisa não é, mas e que dizer de Gepetto e do seu Pinóquio, a quem ele deu vida e o queria só para ele? O que deve satisfazer o coração quando algo nos sai das nossas mãos é que esse pequeno pinóquio tenha tanta vida, que quem com ele ficou o guarde com o mesmo amor de quem o fez.
Beijinho
Isabel
artista maldito
Já começo a ficar farto das suas provocações!
E já não posso viver sem as suas
opiniões!
(poeta popularucho António P.)
É sempre muito profundo aquilo que nos transmite.
Muito obrigado
Beijinhos
António
E não é nada popularucho, muito longe de o ser, é antes popular porque tem o dom de chegar a todos.
bj Tigre
Isabel
Tigre, eu? Tomara eu ser um gatinho!
Mas obrigado pela hipocrisia, sua bruxinha má com vassoura e tudo!
Beijinho
António
Lindo este poema, gosto tanto!
E tive o privilégio de o ler, só para mim, há algum tempo atrás :)))
Beijinhos querido António!
Helena :D
Helena
E é bem verdade que o dediquei a si e entreguei-lho, antes de ser publicado. Quis pedir-lhe autorização para o publicar mas a menina andava distante. Mas também pensei que não se importaria que o partilhasse, após ler aquele desabafo carregado de mágoa do "dudu", grande artista plástico brasileiro. Também quis, assim, que o seu blogue fosse divulgado no Brasil.
A Helena é muito compreensiva, isso eu já sabia.
A Helena é adorável, isso eu já sabia também e quero que os outros saibam.
Beijinhos querida Helena.
António :D
Oh António!
Mas tem lá que me pedir autorização, esse poema é seu!
E lindo como é, só tem mesmo que o partilhar, e todos agradecem:))
Beijinho grande!
Helena :D
Obrigado Helena
Beijinho :)
António
Olá, gostei do poema. é lindo. gostei por duas razões porque é lindo e porque é da minha terra natal. Não sou do arripiado mas pertenço ao concelho. Também conheci um oleiro, mas já não se encontra entre nós. Beijócas
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